segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Palavra: objeto selvagem

Sei que as palavras nunca mais serão as mesmas depois que elas morrem.De certa forma, elas deveriam preencher mais que o vazio onde elas não são escritas. Elas são formadas a partir da compreensão de algo e desenhadas através do olhar. Ditas para acalmarem e expressar o sentimento. Talvez sem elas não nos entenderíamos como homens. Queria permanecer dentro das palavras como uma forma de terapia, mas esse grande circulo a qual permanecemos, me impede de alcançar o que eu ainda não descobri.


Exemplo:
“Era fevereiro, e as fortes chuvas alagavam as ruas de Belém. O vidro da janela do ônibus embaçado fez com que minha mão fosse até o mesmo. Nos pontos de ônibus, corpos a mutuados se protegiam das fortes gotas que vinham do céu. A fisionomia das pessoas era de cansaço. Corpos cansados do mesmo ritual cotidiano. Dentro do ônibus, a mesma reflexão que poucos notavam. Estavam sendo levados para suas casas, como as carnes são levadas nos caminhões para o açougue.”

Se observares cada segundo, cada detalhe, cada respirar, as palavras serão desenhadas e saberá filosofar.

Ei, acorda. Ainda não sei o que devo escrever quando as palavras ficam em silêncio. Desaprendemos a desenhá-las, nossos olhares são pecados que construímos durante as gerações. Os estudos comprovam que não colocamos em pratica as palavras descritas pela antiguidade. Somos muitos para o espaço de poucos. Tentarei desenhar palavras nos dias tristes e me alegrar ao choro de sua leitura.

Somos seres duvidosos que estamos de passagem pelo circulo. Somos filósofos de si mesmo quando passamos a compreender nosso espaço. Somo fracos e francos com nós mesmo. Temos que aprender a jogar com as palavras, mas elas acabam nos entediando.

Para o grande sábio, escritor e filósofo paraense Benetido Nunes.


“Aprendi e levarei suas palavras comigo nesse grande circulo. Seus desenhos serão para mim, grandes referências.”



Bernard Freire

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