domingo, 12 de agosto de 2012

Pequena Dedicatória

Uma vez quando eu fui criança, perguntei pra minha mãe porque meu pai não estava em casa, ela apenas me olhou. Só vim descobrir o sentido disso muitos anos depois quando estava no mesmo caminho. Meu pai tem um jeito que muitos não gostam; até eu não gosto às vezes. Mas têm qualidades que me fazem amar muito ele, esse é o espirito. Todo filho admira o pai, é como se fosse o herói da sua vida. Dedica-se em seguir os mesmos passos para ser igual. Dizem que pareço com meu pai. Eu até que concordo porque aprendi e continuo aprendendo muitas coisas. Mas acreditem, sou muito diferente. Hoje como é dia dele, fiquei pensando nas besteiras que já fiz e que podia magoa ele, então voltei a ser criança para querer ser que nem aquele herói. Por isso inventei de fazer uma pequena biografia para descobrir o que sei do meu pai.

Trabalhador e persistente: assim é Pedro Paulo. Nasceu numa família pobre e aprendeu desde cedo que as conquistas veem do suor das lutas, e que para realizar seus ideais teria que enfrentar os problemas da vida sozinho. Sempre teve poucos amigos, mas era receptivo com todos que o rodeavam; gostava de prezar por sua família. Filho de pais separados assumiu a responsabilidade de cuidar de sua mãe e de seus irmãos. Com essa obrigação, sua personalidade ser tornou forte e rude, o que lhe feria por dentro. Não sabia nada de coisa alguma, aprendeu com as pancadas que a vida lhe dava.

Para Pedro, descobrir o caminho para subir era difícil. Nunca ficava parado esperando as conquistas, pensava rápido e agia com dureza. Isso lhe ensinava coisas sobre a existência e o sentido das nossas ações na escolha da vida. Preferia não ter medo de nada e se enganava em ter a certeza de que isso não existia. Medo era desculpa para ficar parado, e fazia disso um mote para construir e realizar seus sonhos: ter uma casa, um carro, um emprego. Esses sonhos lhe davam perspectiva e força, mas sabia que para tê-los a dor e o cansaço fariam parte.

Na juventude trabalhava para aprender; levava desaforos e nunca contava com ajuda. Tinha que se virar com o que tinha, era preciso saber perde para se chegar onde queria. Passou fome, decepção, e problemas com a justiça. Por mais que fosse tentador, nunca pensou em desistir. Tinha o instinto do ser humano lutador: o de querer sempre mais. Mesmo não sendo formado, aprendeu na faculdade da vida sobre sonhos, derrotas, conquistas e humildade; coisas que lhe qualificavam como pessoa. Sua maior alegria foi a de sempre trabalhar e de ver seus filhos seguindo os seus passos com a mesma disposição em busca do conhecimento. Conhecimento era saber sobre a vida. Em seu momento pessoal se diverte e se estressa assistindo futebol. Gosta de música popular e comer bem.

Pedro é observador e carrega em seu olhar coisas que a maioria prefere não procurar saber. Ainda tem que passar por mais coisas para pode viver e aprender. Nunca pensa em perder o que tem, por isso tem a ideia de construir sempre mais. Que o trabalho sempre fará parte de sua vida e que mesmo quando não tiver mais forças continuara lutando. Pedro não se importa com que os outros dizem, faz seu trabalho e acredita que se perde terá que recomeçar tudo novamente. Sempre confiou em si mesmo e traz desde cedo essa lição.

Valeu pai. Mesmo não estando presente obrigado por me lembrar disso.

Bruno, pai e eu



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