domingo, 4 de novembro de 2012

Derramando Shakespeare

A sombra brinca no canto da parede como o reflexo da luz na água. Pela estante o olhar se deita sobre uma porção de devaneios instigantes-contestadores-amáveis-singelos-eróticos. Minha utilidade em desdobrar pensamentos mede esforços para lhe dá com o mundo e aceitar o óbvio, o grito aqui dentro é um grande silêncio. Lá fora há uma grande possibilidade das coisas me proporcionarem vontades inspiradoras, mas elas acabam se dissolvendo pelo caminho por que o real me faz acordar e quebrar todo o encanto. Meio que balanço sobre as dúvidas de Hamlet e acabo-me encontrando no jogo. Levanto, luto pra ganhar. Ainda ouço murmúrios. A arte me sustenta e faz lembrar o que sou, meu olhar através dela é um descobridor de mundo. Procuro me ater na trajetória de um passado para me adaptar no presente e prosperar no futuro. Por trás do choro aparece um sorriso que acorda minhas imaginações, amanhã talvez encontre alguém para deitar sobre a grama molhada e descobrir segredos. Vou dormir com uma leve esperança de que isso não aconteça. Não me importo, pois a bela-música-velha que ouço me inspira e faz sentir o gosto de um tempo que vivi. Transformo toda essa beleza num amor eterno, num orgasmo como a de Romeu e Julieta, e transbordo de felicidade.
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