sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Pedacinhos de saturno

Foi quando o mundo se dilatou na palma da minha mão e hoje eu nem sei quanto tempo faz que essa história teve fim. A linha controversa de trás pra frente trouxe as vestes que encobriam as manchas deixadas por nós quando tínhamos suores. Quando numa manada de respiração sôfrega nossos hormônios ferozes dissecavam na ejaculação precoce de nossas vontades. Hoje os restos do gosto deixado em nossos lábios excitam o paladar ao se molhar com a língua e a imagem do seu rosto sufocado quando meu corpo pesava em ti latejam em flash no escuro incomodo. O efeito retardado traziam lembranças afiadas como lâminas e me cortavam os pensamentos. Eu ia descobrindo aos poucos tudo que parecia ser perfeito quando o eu a ti se ajustava nos ponteiros e dávamos corda para não perde nosso valioso tempo. Tu abriste mão da era vertiginosa de uma juventude só para contemplar o passo gigante que dava em descobrir o mundo. Tu bem pequena caminhava com cuidado sobre os cacos e me ensinava como era sentir a calma que brotava do coração. Eu observava todos os detalhes para que não se distanciasse e me fizesse perder no meio do caminho. Nós vivíamos o amanhã sem se importar com o medo da velhice que se adiantava em nos carregar. Quando o último grão de areia insistia em cair nós ficamos de cabeça pra baixo e recomeçávamos a construir o nosso planeta. Eu inventava de ser um astronauta e te buscava no alto para vagarmos como pluma no ar, rompia o medo que tu tinhas em se sentir longe de casa e mostrava o azul-marinho-estrelado que aparecia em teus sonhos. Te embalava na mistura das cores do caleidoscópio, te tirei do aperto do meu peito e lhe dei a liberdade de alçar voos maiores. Tu me fizeste encher os olhos de lagrimas para descobrir minha fraqueza, me posaste no véu de seus seios e me encobriste de estrelas. Nós nos dividimos em cápsulas quando o Meteoro Ur se chocou com nossa nave espacial em pleno espaço sideral enquanto Erik Satie soava na explosão da via láctea. E assim o universo assistia a nossa dança sobre a luz que escapava da rachadura da parede.
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